A PMAESA (Port Management Association of Eastern & Southern Africa), relata que a Zâmbia, o maior produtor africano de cobre, poderá em breve utilizar o Caminho de Ferro de Benguela (CFB) para promover o crescimento das exportações.

O projeto, que seria financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), envolve a reconstrução da linha ferroviária entre a fronteira da República Democrática do Congo (RDC) e o porto do Lobito em Angola. Construída no período colonial, e entretanto destruída durante a guerra civil angolana, a linha segue até a fronteira em Dilolo, numa distância de 1347 km, onde se conecta com a rede ferroviária Norte/Sul da RDC, e para a sul em direção à Zâmbia, Zimbabué e África do Sul.

O CFB começou sob concessão privada como uma linha de bitola métrica em 1895, mas foi posteriormente abandonado por dificuldades financeiras do depois da concessionário. Quando em 1899 a empresa Tanganyika Concessions Ltd obteve os direitos de exploração mineral no sul de Katanga (Congo Belga, actual RDC), o grupo adquiriu a concessão para construir uma ferrovia ligando o Congo com o porto do Lobito, na costa atlântica. A construção de uma linha de bitola 1.067 milímetros começou em 1903, sendo a fronteira com o Congo alcançada em 1928. À época, foi considerada como uma das linhas de mais difícil construção em África.

De acordo com o projecto previsto, a linha férrea vai facilitar o comércio regional e internacional, sobretudo para cargas a granel, tais como o cobre de que a produção deve subir para mais de um milhão de toneladas até 2015. A reabertura da linha teria benefícios óbvios para a Zâmbia, fornecendo-lhe outra rota alternativa para o mar.

Segundo um comunicado da Embaixada da Zâmbia em Washington DC, o presidente do BAD, Donald Kaberuka, disse ao ministro das Finanças da Zâmbia, Situmbeko Musokotwane que "o projeto é importante para a integração regional no sentido de melhorar o desenvolvimento de infra-estrutura."