Prostituição prolífera nas ruas do lobito

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010 |

A prostituição tem vindo a aumentar a olhos vistos, na cidade do Lobito. A falta de emprego, o elevado custo de vida, as dificuldades para pagar as propinas nos colégios e universidades, a ânsia de adquirir um carro ou uma residência, entre outros motivos, estão a levar algumas jovens a apostarem no negócio mais sórdido de todos os tempos. Consideradas mulheres de vida fácil, a realidade desmente, no entanto, este epíteto. A vida da prostituta é dura, pesem embora as aparências.
As compensações flutuam entre o excessivo e o escasso. Algumas conseguem grandes lucros, mas tornam-se vazias do ponto de vista espiritual. Umas praticam esta actividade para aparecerem quotidianamente bem apresentadas, com roupas de marca, perfumes de qualidade, telemóveis último modelo, e frequentarem hotéis e restaurantes de referência. Outras fazem-no simplesmente para sobreviver, alimentar a família e custear os estudos dos filhos.  
Há ainda, mais raramente, quem o faça por mera luxúria e necessidade de variar com pessoas estranhas. “Quando se come constantemente o mesmo prato, fica-se com náuseas”, disse à reportagem do Jornal de Angola uma jovem prostituta que não quis revelar o seu nome.
 
A dona Domingas Filipe é de opinião que as novelas, os sites da Internet que expõem pornografia, os clubes de vídeo que proliferam nas nossas cidades, com maior incidência nas zonas suburbanas, as discotecas e outros locais de diversão nocturna, têm facilitado a entrada de muitas jovens para o mundo da prostituição. 
 
“Hoje, muitas jovens, entre os 13 e 18 anos de idade, fazem coisas perversas relacionadas com a intimidade sexual do casal, coisas que as suas mães, tias e avós nunca fizeram durante toda a sua vida. E quando as repreendemos ainda nos chamam de antiquadas. Saem à sexta-feira para irem a uma festa com uma amiga e muitas vezes só regressam no domingo, a altas horas da noite. Chamam a isso evolução”, lamentou.
 
Para evitar a censura da comunidade onde vivem, algumas jovens de Benguela, principalmente aos fins-de-semana, vão exercer a prostituição no Lobito, e vice-versa. Os locais preferenciais para as suas investidas são as paragens de táxi e autocarros, os restaurantes, discotecas e hotéis, onde algumas chegam mesmo a hospedar-se.
   
  

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