Locais de lazer no Lobitbo são tendênciados

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011 |

As principais cidades da província de Benguela procuram dar aos seus habitantes locais de lazer. Para o efeito, decorrem obras para recuperação, restauro e manutenção dos jardins e passeios, com o objectivo de tornar as cidades mais aprazíveis e com uma melhor qualidade de vida.
Os moradores aplaudiram as medidas tomadas pelo Governo Provincial para que as cidades tenham baixos índices de poluição e garantam uma vida saudável aos seus habitantes.
António Manuel, professor, defende cidades amigas do ambiente, mas para isso "é preciso introduzir no ensino, a partir da primária, matérias de educação ambiental porque é de pequenino que se torce o pepino e se educarmos as nossas crianças no lar e nas escolas para respeitarem o ambiente, muito dinheiro que se gasta hoje com a limpeza das ruas e com a recuperação dos jardins vandalizados, é poupado e aplicado noutras obras em prol das comunidades", disse.
Afonso Cambinda, trabalhador por conta própria, é de opinião que devem ser tomadas medidas contra todos aqueles que atentem contra o Ambiente: "se o Governo Provincial está a recuperar os jardins para que tenhamos locais de lazer, é justo que as pessoas que os vandalizarem sejam punidas de acordo com a lei das transgressões administrativas. Não podemos deixar que quem estraga saia impune".
O director provincial do Urbanismo, Habitação e Ambiente, Zacarias Kamwenho, afirmou que, dentro do conceito de responsabilidade social do Governo Provincial, está inserida a obrigação de garantir aos cidadãos um meio ambiente saudável: "devemos proteger o meio ambiente para garantir a nossa subsistência e o futuro das próximas gerações", afirmou.
 As cidades do litoral de Benguela, disse, são um destino turístico pelos seus encantos naturais, mas para manter a beleza e o asseio dessas localidades, o Governo Provincial assinou um contracto de prestação de serviços com sete novos operadores para a recolha do lixo e limpeza.  Zacarias Kamwenho explicou que as empresas já estão a trabalhar nas cidades do Lobito, Benguela, Baía Farta e na vila da Catumbela. Vão recolher 400 mil toneladas de lixo por mês. "O crescimento urbanístico que se regista na região tem que ser acompanhado com um serviço eficaz de saneamento básico e de abastecimento de água potável", disse.
De acordo com Zacarias Kamwenho, falar do saneamento do meio é sobretudo garantir o regular abastecimento de água potável, o tratamento dos esgotos e a limpeza urbana.
Esclareceu que as empresas com as quais o Governo Provincial assinou o protocolo de prestação de serviços são privadas, que vão prestar um serviço de qualidade para a protecção da saúde das populações do Lobito, Benguela, Baía Farta e Catumbela.


O director provincial do sector defende que proteger o ambiente é uma responsabilidade colectiva, "onde todos somos chamados a contribuir para ter as nossas cidades limpas e uma melhor qualidade de vida. A responsabilidade de limpar as nossas cidades é das empresas contratadas, mas também nossa, porque se não colocarmos o lixo no local certo e na hora certa, seguramente que o trabalho nunca será bem feito".
Segundo apurou o nosso jornal, as empresas contratadas têm meios modernos para recolha do lixo e deram empregos a centenas de jovens, maioritariamente mulheres, que têm tido um cuidado muito especial em acções de embelezamento dos jardins e outros locais de lazer.
"Vamos procurar aumentar o brilho e a imagem das nossas cidades, é uma aposta para responder ao lema que cada uma delas representa. O Lobito é a sala de visitas de Angola, Benguela a cidade das acácias rubras, a Catumbela é a terra das ostras e a Baía Farta a capital do peixe e do marisco."
Com a entrada em funcionamento das novas operadoras, as cidades contempladas têm diariamente recolhidos os resíduos da via pública, praias, terrenos baldios e a poda de árvores. A limpeza inclui feiras livres e mercados formais e informais.
Consta ainda dos serviços a realizar pelas empresas contratadas, lavagem mecânica e manual de ruas e calçadas e a eliminação de focos de lixo e recolha de sucatas.
   
Rigor na fiscalização


Foram também assinados contratos para a  fiscalização dos serviços e obrigar as operadoras a prestar um serviço que não se deve cingir ao peso do lixo recolhido, mas à qualidade da limpeza efectuada.
Para os munícipes, Zacarias Kamwenho disse que estão definidas regras, que devem ser respeitadas pelos habitantes das cidades, que em caso de incumprimento os infractores são punidos com multas. "Uma das regras basilares é o horário para o depósito do lixo. Com o cumprimento dos horários as cidades ficam mais alegres e sem o mau aspecto das lixeiras nas ruas", disse.
   
Produtores do lixo


O lixo em Benguela é sobretudo doméstico, das unidades comerciais, feiras livres, serviços hospitalares, terminais de comboios e de autocarros, indústrias de construção civil e empresas agrícolas.
O responsável pelo Ambiente de Benguela defende que se passe da actual fase em que o lixo é misturado para a sua selecção, porque é um perigo para quem recolhe, juntar lixo hospitalar, constituído por seringas, órgãos e tecidos humanos removidos, sangue coagulado, luvas descartáveis, com resíduos domésticos.
"Temos de seleccionar o lixo, aproveitar o que é possível, porque afinal o lixo pode ter valor económico, se for reciclado", disse Zacarias Kamwenho. O entulho, por exemplo, resíduos da construção civil, é geralmente um material inerte passível de reaproveitamento.

Requalificação dos mangais

A Administração Municipal do Lobito tem um programa para a requalificação dos mangais, por este ser um marco de referência da cidade, revelou ao Jornal de Angola Amaro Ricardo.
O Lobito, quando nasceu, era apenas dunas e vegetação baixa, hoje está transformada na segunda cidade industrial do país. O flamingo rosado era uma das marcas de referência da cidade, mas hoje a ave pernilonga das lagoas praticamente desapareceu, por força do crescimento urbano. Na cidade portuária do Lobito foram soterrados os principais mangais nos bairros do Compão, as salinas do Lobito Velho e da Caponte. Nos mangais surgiram empreendimentos públicos e privados.
No habitat natural dos flamingos foram construídos fábricas, casas sociais, hotéis e armazéns. Nos poucos mangais existentes, ocasionalmente surgem alguns pelicanos, que vão substituindo os flamingos, em extinção. Os mangais são ecossistemas característicos das costas abertas das regiões tropicais e subtropicais, encontrando-se entre as zonas mais produtivas do planeta.
Ecologicamente, os mangais são importantes no enriquecimento da costa em nutrientes, que servem para a alimentação, reprodução e abrigo de peixes, crustáceos e aves.

Aterros sanitários

O lixo recolhido pelas operadoras é aterrado em locais distantes das cidades, onde grande parte é depositado e queimado de forma tradicional.
A construção de um aterro sanitário foi decidida no âmbito do programa de execução do novo modelo de gestão de resíduos sólidos das principais cidades da província de Benguela. Por enquanto, está a ser depositado ao ar livre e sem o tratamento adequado, enquanto se aguarda pela construção de aterros sanitários. As localidades onde são feitos os aterros estão vedados para evitar que as pessoas cheguem ao local e vasculhem o lixo.

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