História da Província de Benguela [Parte III]

segunda-feira, 22 de novembro de 2010 |

HISTÓRIA DO LOBITO

Esta é uma cidade jovem. As notícias mais remotas sobre a fixação dos primeiros habitantes datam de meados do século passado. Em 1843 fez-se uma tentativa de transferência da cidade de Benguela para o local onde hoje se situa o Lobito por se considerar que a insalubridade daquela povoação prejudicava a permanência de europeus. A tentativa falhou e o pequeno lugarejo do Lobito continuou por muito tempo sob a esfera da influência de Benguela e da vizinha vila da Catumbela. Entretanto a Catumbela foi aumentando consideravelmente e em fins do século passado transformou-se num grande centro comercial do sul de Angola. O Lobito manteve-se na órbita da Catumbela até que em 1913, pela portaria nº 1005 de 2 de Setembro, o grande Governador que foi Norton de Matos criou a Câmara Municipal do Lobito que passou por sua vez a englobar na sua área de influência a Vila da Catumbela. ("in Roteiro do Lobito 1971").
A verdadeira edificação do Lobito começou com a construção do Caminho-de-Ferro de Benguela e do Porto. Em 1905 foram lançadas as bases do porto e até ao final desse mesmo ano atracaram 39 navios. Em 1913 foi constituída a Câmara Municipal do Lobito, e foi praticamente nesse ano que se fundou a cidade do Lobito. Nessa altura o C.F.B. avançava para o interior do país e o Porto ia ganhando gradualmente o estatuto de Porto comercial. Quando o C.F.B. foi ligado às linhas férreas do Zaíre, Moçambique, Zimbabwe e África do Sul, o Porto do Lobito assumiu a importância de Porto principal e único na Costa Ocidental da África Austral. A importância acrescida do C.F.B. e do Porto do Lobito, estimulou poderosamente a construção habitacional e as obras públicas, por isso diz-se que o Lobito nasceu por imperativos meramente económicos.
  • Em 1913 iniciou-se a construção do Bairro da Restinga, sobre a penísula, e aí foram construídas as residências dos sectores mais ricos da população; o palácio do Governador; a Câmara Municipal; o Tribunal, etc.
  • Em 1917 iniciou-se a construção do Bairro Comercial onde se concentram as instalações comerciais, locais públicos, serviços e residências.
  • De 1940 a 1955 foram construídos os Bairros do Compão, da Luz e outros, destinados aos trabalhadores.
  • De 1955 a 1975 o Lobito conheceu uma fase do impetuoso desenvolvimento e expansão.
  • Após 1975 - Ano da Independência - começou um novo período no desenvolvimento, caracterizado pelo aparecimento de formações habitacionais de barro, sem qualquer urbanização, de populações refugiadas do interior pela insegurança da guerra. (" in Administração Municipal do Lobito 2000").
O desenvolvimento da cidade do Lobito, inteiramente dependente das obras de construção do Caminho de Ferro de Benguela e do Porte, acompanhou muito lentamente as respectivas instalações. Por volta de 17 de Novembro de 1948, Lobito tornou-se cidade. Nessa altura foi também aprovado o seu plano de urbanização. E em 1949, publicada portaria que estabeleceu os preceitos legais para a legalização das construções clandestinas.
A Restinga do Lobito foi então urbanizada. passando a ser a zona residencial mais nobre e o principal ponto de encontro nos momentos de lazer.
Por decreto de 28 de Novembro de 1902, o então grande estadista e presidente do concelho, Teixeira de Sousa, outorgava em nome do governo português com sir Robert Williams, o contrato de concessão da construção e exploração por 99 anos de um caminho-de-ferro que ligaria o Lobito com o planalto de Benguela e seguindo, no sentido leste, atingiria a fronteira luso-belga.
Ao iniciar-se em 1 de Março de 1903 os trabalhos de construção daquele caminho-de-ferro, iniciava-se também a brilhante história do porto do Lobito e simultaneamente nasciam as raízes da sua importante cidade.
A excelente baía que abriga o porto do Lobito, mede aproximadamente 5 km de comprimento, 600 m de entrada, 1,5 km na parte mais larga, registando fundos entre 15 e 36 m e sendo 1,9 m a maior amplitude de maré. A sua área excede 300.000 m2.
A primeira fase das obras do porto foi terminada em 31 de Janeiro de 1928, tendo havido posteriormente necessidade de prolongar o cais, o que aconteceu em 1957, passando assim o Lobito a dispôr de 1.122 m em dois cais acostaveíes dispostos em L.
Foi construído um estaleiro naval de apoio, que hoje tem a designação de Lobinave e é o maior de Angola. O Lobito dispõe de dois bons hotéis.
As escolas do ensino médio e pré-universitário estão concentradas nas cidades do Lobito e Benguela.
Nos Municípios da Baia Farta, Cubal e Ganda são ministradas aulas dos cursos pré universitário em instalações improvisadas.
Anualmente mais de 1500 alunos terminam o ensino regular nos municípios acima referenciados sem possibilidades de acesso ao ensino médio.
A Província tem em funcionamento o CUE - Centro Universitário de Benguela, e existe desde 1994, ministrando 5 cursos do ramo das ciências de educação: Pedagogia, Psicologia, História, Matemática e Língua Francesa, com um universo de 840 alunos.
Se faz necessário Laboratórios, cursos de Física, Química e Biologia, cursos de Inglês e Português.
O CUB conta com um núcleo do Curso de Direito.
A diversidade e dimensão das infra estruturas do Sector produtivo local, com destaque para o Porto do Lobito, o CFB, a LOBINAVE, a SONAMET, o TOL - SONANGOL, e as demais indústrias no geral levaram ao surgimento do PRODESB - Programa de Desenvolvimento do Ensino Superior em Benguela que visa em primeiro lugar fortalecer e ampliar o domínio dos cursos ministrados actualmente no CUE, e em, segundo lugar dinamizar o surgimento de cursos superiores no domínio das Engenharias, Economia, Gestão, Direito, Medicina e Reabilitação Física.
No quadro do PRODESB decorre desde Junho do corrente ano acções de formação de preparação para o ingresso nos cursos superiores de Economia, Gestão, Engenharia Informática e Ensino Especial/Reabilitação Física.
Saúde conta com o Hospital Central de Benguela com mais de 100 anos de existência, e o hospital Regional do Lobito, em reabilitação no âmbito do PIPI/02. No domínio da formação existe um IMS a funcionar em Benguela nas instalações do H.C.B. e uma Escola de formação Básica para enfermeiros no Lobito. O sector controla 11 hospitais, com 1.423 camas, 21 centros de saúde e 124 postos de saúde, dos quais 2 de ONGs. Exitem ainda 37 postos de saúde controlados pelas igrejas e 136 Unidades privadas. A cobertura médico-sanitária é de 1 médico / 66.467 habitantes.




COMUNAS DE BENGUELA
  1. Alda Lara,
  2. Asfalto,
  3. Babaera, 
  4. Benfica,  
  5. Biópio,
  6. Candumbo,
  7. Catumbela,
  8. Chigongo,
  9. Chikuma,
  10. Chila,
  11. Chindumbo,  
  12. Compão,
  13. Cote,  
  14. Cubal do Lumbo,
  15. Dombe Grande,
  16. Canata,
  17. Catumbela,
  18. Egito,
  19. Monte Belo,
  20. Passe,
  21. Catengue,
  22. Cupupa,
  23. Imbala,
  24. Quendo,
  25. Capupa,
  26. Bolongueira,
  27. Babaera,
  28. Kasseque,
  29. Chicurnu,
  30. Ebanga

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