Hospitalidade das terras de Ombaka iluminou os faraós na busca do título

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011 |

A cidade de Benguela acolheu o Grupo C, formado pelas selecções do Egipto, grande campeão, Nigéria, Moçambique e Benin
O desfile de selecções mostrou momentos únicos, em que os talentos esgrimiram argumentos e brindaram o público com o seu melhor.
Há um ano, escrevíamos sobre a selecção do Egipto, que os seus executantes tinham automatismos, fácil leitura táctica e uma interpretação sem igual. Ainda, não jogam de olhos fechados, executam o que Hassan Shehata, o treinador, determina, com mestria, talento e responsabilidade. Com estes atributos tornaram-se, simplesmente, os campeões de África.
Quanto à Nigéria, as referências eram que os jogadores estavam com peso a mais e sem o entrosamento que facilitasse as compensações, sempre que perdessem de bola.
Moçambique e Benin não eram favoritos, mas podiam ombrear e até complicar numa tomada de decisão final.
A imprensa teve condições de sobra para um trabalho ao nível dos melhores do continente. O rigor organizativo e uma sala de imprensa a funcionar 18 horas por dia fizeram as honras da prova aos profissionais de comunicação.
A única dificuldade teve a ver com o pouco contacto com as sessões de treino por imposição expressa de alguns treinadores.
Quanto à recolha de informações, a selecção do Egipto foi a mais aberta. Hassan Shehata até permitiu que alguns treinos fossem à porta aberta, mas sem fotógrafos, exemplo que não foi seguido pelas representações da Nigéria, Moçambique, Benin (muito escondida) Camarões e a Argélia. Esta última escondeu-se, no Lobito, o quanto pôde.
  O futebol não foi tudo por terras de Ombaka durante o CAN. O turismo também marcou presença.
Os visitantes puderam ver o matrindinde.A cidade foi hospitaleira para turistas nacionais – Moxico, Malange, Lundas, Huambo, Kwanza-Sul, Bié e, mesmo, de Luanda – para os acompanhantes das selecções participantes. A rede de hotéis esteve à altura.
 Alguns restaurantes, de Lobito e de Benguela, estiveram sempre apinhados. Quer de pessoas que iam para comer, quer dos só queriam ver os jogos nas telas gigantes.
A preferência dos turistas foi para a Baía Azul, Praia Morena, Restinga, Miradouro, Caotinha, Egipto Praia. Estes poisos, de boas águas, vão ficar por muito tempo na retina dos que visitaram Benguela
O CAN também teve, como não podia deixar de ser, notas negativas. O jogo que opôs a Argélia ao Egipto, nas meias-finais, ganho pelos faraós, por 4-0, foi um mau exemplo para a prova continental.
O ajuste de contas - que não aconteceu em Argel, iniciado no Cairo, com a saraivada de pedras sobre os argelinos, sem oportunidade de se materializar em Cartum, onde jogaram para o desempate para o apuramento para o Mundial da África do Sul - teve como palco, em 28 de Janeiro de 2010, o estádio de Ombaka. Jornalistas do Egipto e da Argélia travaram-se de razões na bancada de serviço.
 Instigados pela actuação do trio de arbitragem - comandado por Codjia Koffi, do Benin, secundado por Gahungu Desire, do Burundi e Chichenga Kenneth, da Zâmbia - considerado péssimo pelos argelinos e ideal pelos faraós. Triste imagem, que não chegou a estragar a festa. A hospitalidade de Ombaka foi melhor.

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