Ministério da Cultura quer transformar o património da província de Benguela

terça-feira, 30 de novembro de 2010 |

O Ministério da Cultura quer transformar o património da província de Benguela em factor de desenvolvimento do turismo na região.
A intenção foi manifestada pela titular da pasta, Rosa Cruz e Silva, durante a visita que efectuou a Benguela, na mesma altura em que o titular da pasta do Urbanismo e Construção, José Ferreira, fazia o levantamento sobre o que deve ser feito entre os dois sectores.
O Forte de S. Pedro, na Catumbela, o Museu de Etnografia, no Lobito, o Museu Nacional de Arqueologia, em Benguela, o edifício da Açucareira, o Cabo Submarino e as Estações Arqueológicas do Dungo, na Baía Farta, receberam a visita da ministra da Cultura, durante a qual verificou o estado de conservação daquelas estruturas e locais de capital importância para a História da província e do país.
As salas de cinema foram igualmente visitadas por Rosa Cruz e Silva nas cidades de Benguela, Lobito e Baía Farta. A ministra verificou o estado de conservação do velho Cine Monumental, em Benguela, do Cine Baía Farta e do Flamingo, Baía e Nimas-500, na cidade do Lobito.
No interior da província, a ministra visitou o município do Bocoio, a 105 quilómetros de Benguela, com deslocações ao local onde funcionou o antigo posto administrativo da comuna da Chila e ao presídio "Ombongue yo Wango".

Forte de S. Pedro

A fortaleza de S. Pedro, na Catumbela, está muito degradada, o que levou a ministra da Cultura a pedir a colaboração do Ministério do Urbanismo e Construção, na pessoa do seu titular, José Ferreira, para que sejam feitos trabalhos de reabilitação para evitar que o edifício acabe por ruir completamente.
Relativamente às salas de cinema, existem, de acordo com a titular da pasta da Cultura, negociações com empreiteiros para a sua reabilitação. "Estamos a falar do Cine Monumental de Benguela e do Cine Baía, na Baía Farta, e pensamos que as negociações vão permitir que voltem a servir a comunidade", garantiu a governante.
 Rosa Cruz e Silva está igualmente preocupada com as estações arqueológicas do Dungo, onde existem algumas situações a acautelar. "Há necessidade de proteger o espaço e a criação de condições para que o Museu Nacional de Arqueologia, outro monumento classificado que também aguarda por apoios, possa trabalhar sem sobressaltos, mas para que isso aconteça é preciso demarcar e oficializar a sua protecção", alertou a ministra da Cultura.
A Fortaleza de S. Pedro, como monumento histórico, precisa de ser reabilitada para lhe ser dada uma utilização à altura do significado histórico que o local possui. Rosa Cruz e Silva acrescentou que ao transformar o local em museu, outros equipamentos vão ser associados, como forma de atrair o público, incentivar o turismo e as visitas guiadas.

 Intervenção de emergência

A ministra informou que a intervenção de emergência que a fortaleza necessita serve para impedir que as chuvas acabem por derrubar as paredes deterioradas pelo tempo. "Logo seja encontrada uma parceria para a reabilitação do edifício, estamos em condições de organizar e constituir um museu no Forte de S. Pedro", prometeu.
A demarcação das estações arqueológicas, a aprovação dos estatutos dos museus e a sua reabilitação constam das prioridades do sector da Cultura na província de Benguela.
A ministra defende maior autonomia administrativa e financeira ao Museu de Arqueologia, tendo em atenção o facto de ter a categoria de nacional.
"O museu deve ter mais autonomia para realizar as suas acções, uma vez que elas não se circunscrevem à província de Benguela. Existem outras estações arqueológicas de arte rupestre no Namibe, na Huíla, no Huambo, nas Lundas e em outras províncias do país onde o trabalho de pesquisa do Museu deve igualmente incidir", afirmou Rosa Cruz e Silva.
A ministra da Cultura aproveitou a oportunidade para convidar os jovens estudantes universitários a abraçarem a carreira de pesquisadores arqueológicos, para garantirem uma efectiva preservação do imenso e rico património da província de Benguela.   As salas de cinema das cidades de Benguela, Lobito e Baía Farta estão quase todas degradadas pelo tempo, má utilização e manutenção deficiente.
O Cine Benguela é a única sala que dá mostras de ter sido objecto de obras. Apesar de não estar ainda concluída, a reabilitação alterou de uma forma visível a traça original da sala de cinema.
O Cine Teatro Monumental, mesmo com traços visíveis de degradação, mantém de pé o objecto para o qual foi criado: "exibição de filmes e sessões de teatro".
No Lobito, o Cine Flamingo perdeu o ar da sua graça ao deixar de exibir filmes, mas continua a preencher as noites do bairro do Compão, devido à soberba vista sobre a Restinga. O cúmulo da degradação está no Cine Baía, na Caponte, e  no Nimas-500, no Compão.
O Nimas tem o estatuto da mais moderna sala de cinema da província de Benguela. Foi construída nos finais dos anos 70, mas do passado apenas sobrevive o nome. Invadido por águas putrefactas, o Nimas-500 é hoje o símbolo acabado de degradação.
Quem responde pelo edifício diz que a culpa é dos inquilinos que a Edecine colocou a viver no local. Mas seja de quem for a culpa, o Nimas-500 pode ruir, se não forem tomadas medidas urgentes. O Cine Imperium é o único na cidade do Lobito que, apesar de já não exibir oficialmente filmes, mantém as portas abertas para conferências, sessões de teatro e outras realizações lúdicas, sempre sob o olhar atento da direcção do Caminho de Ferro de Benguela, empresa proprietária da sala.O facto de existirem entidades individuais e colectivas interessadas em reabilitar e explorar as salas de cinema existentes na província abre expectativas para que as salas de cinema voltem a cumprir a sua função social.

Valores culturais


A ministra da Cultura assistiu no Bocoio a uma mostra de danças e trajes tradicionais dos povos Tchissandji, Tchivula e Balekete e a uma exposição de artesanato que simboliza a arte dos povos que habitam o território do município. Rosa Cruz e Silva admitiu que existem valores da cultura da região do Bocoio que não são conhecidos pelas autoridades culturais angolanas.
Rosa Cruz e Silva reconheceu igualmente não existirem no município do Bocoio espaços para o desenvolvimento de actividades culturais, o que levou a que a sua visita à região fosse igualmente de estudo de projectos para a construção de espaços onde seja possível realizar mostras de artesanato local.
A ministra apelou à realização de feiras de artesanato, tendo convidado a população a aliar o trabalho artesanal às festividades do município e da província, e  à promoção de festivais de dança aliados a exposições de artesanato.
"Vamos contribuir para dar a conhecer o Bocoio a Angola e ao mundo", prometeu. A ministra referiu que é preciso conhecer com mais pormenor as necessidades de recursos humanos e de equipamentos, no Bocoio.

Arte de Etona em Benguela

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Uma exposição de escultura e pintura em torno da corrente filosófica Etonismo vai ser realizada na província de Benguela, pelo artista plástico Etona, em alusão ao 35º aniversário da independência nacional que se assinala a 11 de Novembro.
Falando à Angop, no Centro Cultural Português, à margem da abertura da exposição “Sabby - Luanda's Dream’s”, do artista Benjamim Sabby, Etona afirmou que o governador de Benguela, Armando da Cruz Neto, assumiu patrocinar o transporte de mais de duas toneladas de esculturas em madeira, num esforço que engrandece a cultura nacional.
Para o artista, que se diz feliz com a atitude do governador, “cada um ao seu nível deve fazer algo, o mínimo que seja, para o engrandecimento da sociedade angolana”. Além disso, sublinhou que o Etonismo é actualmente mais conhecido no estrangeiro do que em Angola, e o convite das autoridades de Benguela vai permitir à população local ficar mais informada e actualizada sobre o processamento da arte.
Quanto à exposição de Benjamim Sabby, Etona afirmou precisar de tempo para fazer uma analogia sobre o valor técnico, científico e filosófico da exposição de Sabby.
“Vim cá para dar o meu calor, estender um abraço ao colega de profissão, pois a arte representa o nosso elo ”, disse, sublinhando que brevemente voltará ao Centro Cultural Português para uma análise mais técnica das obras em exposição, composta por 12 telas, seis artefactos pintados e quatro fotografias que retratam o quotidiano luandense.
Referindo-se à sua corrente filosófica, esclareceu que vai continuar a trabalhar na sua divulgação, como aconteceu recentemente durante a sua participação no Congresso de Estética, que reservou espaços de debate (além de uma exposição de escultura e pintura), promovidos por dois estudiosos e analistas estrangeiros da Filosofia de Etonismo.

(Fonte: Jornal de angola 10/10)

Bismas das Acácias exibe danças no Cairo

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Bismas Das Acácias


O grupo folclórico “Bismas das Acácias”, de Benguela, realizou, no sábado, no Cairo, no Opera House, o primeiro espectáculo de dança tradicional angolana naquela cidade.
As actuações do grupo benguelense no Cairo fazem parte das actividades culturais que a embaixada de Angola no Egipto realiza, por ocasião das comemorações do 35º aniversário da Independência Nacional, que se assinala na quinta-feira.
O grupo, constituído por 15 bailarinos, apresenta várias danças da região sul de Angola.
João Massela, um dos responsáveis do “Bismas das Acácia”, disse que foram criadas todas as condições técnicas para a realização, com êxito, do primeiro espectáculo, o que permitiu ao grupo mostrar o melhor do seu repertório.
O “Bismas das Acácias” volta a actuar amanhã no Cairo, no hotel Sofitel, na inauguração da exposição de artes e na abertura da conferência sobre o café angolano.
O grupo regressa, na quinta-feira, ao mesmo local, para actuar no acto oficial do 11 de Novembro. No dia 13 apresenta-se, em  Alexandria.

(fonte: jornal de Angola 08 de Novembro, 2010)

Rosa Cruz e Silva no Festival de Teatro

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Rosa Cruz e Silva no Festival de Teatro

A província de Benguela acolhe, a partir do próximo dia 30, até ao dia 3 de Dezembro, o quarto “Festival Nacional de Teatro”, numa iniciativa do Ministério da Cultura, em parceira com o governo local.
A cerimónia de abertura do festival é presidida pela ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva. Os grupos de teatro exibem as peças nos períodos da tarde e noite, nos cinemas Monumental e Império.
O coordenador do Festival Nacional de Teatro, o encenador e actor António de Oliveira “Delón” disse ontem, ao Jornal de Angola, que uma das razões para a escolha de Benguela, é porque tem salas em condições para apresentação de peças teatrais e ser o segundo maior movimento teatral do país depois de Luanda, e por facilitar o acesso dos grupos concorrentes por estrada.


António de Oliveira referiu que o Festival Nacional de Teatro se enquadra no âmbito das festividades dos 35 anos da independência de Angola e conta com a participação dos grupos vencedores dos festivais.
António de Oliveira disse que no quadro do intercâmbio cultural existente entre os países da CPLP, foi convidada a Companhia de Teatro Gungu, de Moçambique, mas não para concorrer. “ Consta do programa a realização de ateliers técnicos sobre actuação, direcção teatral, dramaturgia e preparação de actores, a serem ministrados por especialistas angolanos” garantiu. 
António de Oliveira referiu que faz parte do programa do Ministério da Cultura relançar e divulgar as actividades culturais na região e medir o desenvolvimento dos vários movimentos teatrais das Províncias do Huambo, Kwanza-Sul e Huila, que têm dado sinais de crescimento. “ É com o Festival Nacional de Teatro que vamos ter uma noção exacta da evolução dos diversos movimentos culturais de Angola”, disse.
Realçou que o festival está enquadrado no programa de descentralização das actividades culturais do Ministério, visto que, normalmente as actividades são realizadas em Luanda. “Queremos continuar a levar para as outras províncias actividades culturais do género e assim criar condições de intercâmbio cultural entre os artistas nacionais.
Acrescentou que a equipa técnica já se encontra desde quarta-feira àquela província, com o objectivo de criar as condições de trabalho destinadas a garantir a realização do Festival Nacional de Teatro com êxito e o resto da caravana chega à província no dia 29 do corrente mês.
António de Oliveira realçou que, apesar da actividade de destaque ser a exibição de peças teatrais, outros aspectos que representam as raízes culturais da província também estão presentes no festival.
No âmbito do programa do festival realiza-se no domingo, dia 5 de Dezembro, um espectáculo musical de encerramento com a participação de músicos locais e da capital do país. O objectivo é criar um intercâmbio e ajudar a divulgar o trabalho dos novos talentos musicais. Está igualmente prevista a realização de um festival de canoagem.


(Fonte: Jornal de Angola 26/11/2010)

BPC chega ao município do Bocoio

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Uma agência bancária do Banco de Pouca e Credito (BPC) foi inaugurada no final de semana, no município do Bocoio, 102 quilómetros a nordeste da cidade de Benguela, pelo vice-governador para a organização e serviços técnicos, Eliseu Epalanga Domingos.
 A construção da agência, que se enquadra na expansão da rede dos serviços bancários e do processo de bancarização dos salários da função pública em curso no país, teve a duração de oito meses e custou 1,8 milhões de dólares. Esta é a terceira agência do BPC no interior da província, no quadro de um projecto que visa implantar em todos os municípios um balcão.
 No acto de cerimónia, Eliseu Epalanga, em representação do governador de Benguela, Armando da Cruz Neto, afirmou que a abertura da agência no Bocoio beneficia os funcionários públicos, pequenos proprietários e agentes comerciais.
 O director da região centro e sul do Banco de Poupança e Crédito (BPC) na província de Benguela, Sidónio Paim, informou que, até ao final do ano em curso, o BPC vai contar com dez agências bancárias, que são inauguradas nos municípios do Caimbambo, Ganda, Lobito e Chongoroi.

(10/11/2010 Fonte Jornal de Angola)

Investimentos em projectos Estruturantes

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O Executivo tem estado a realizar fortes investimentos em projectos estruturantes como vias-férreas, na construção e ampliação de portos, aeroportos, etc., entre outras acções que tem vindo a desenvolver. Em Benguela podem ser enumeradas as seguintes:
1 - O Porto do Lobito é um dos mais importantes da costa ocidental africana, oceânico de primeira classe. A excelente baía que abriga o porto possui 5 quilómetros de extensão, 600 metros na entrada e quase um quilómetro e meio na parte mais larga com fundos que variam entre os 25 e os 36 metros. O porto tem a particularidade de ser o elo de ligação entre Angola e os países vizinhos como o Congo, a Zâmbia e também a Tanzânia, aproveitando o Caminho-de-Ferro de Benguela, que possui uma extensão de 1300 quilómetros do Lobito à fronteira leste. O porto é um elemento catalizador de corredores de desenvolvimento regionais por atravessar o país de lés a lés e pode assim proporcionar desenvolvimento sustentado, voltando à ideia do chamado Corredor do Lobito, que existiu nos anos 80.
2 - Em Agosto foi inaugurada a nova unidade de pediatria e maternidade do Hospital Provincial para atender 120 pacientes acamados com serviços especializados e meios de diagnóstico modernos. Possui 2 blocos operatórios. Antes em todo o hospital havia um só bloco.
3 - Recuperação da barragem do Lomaum, no município do Cubal. Em Março de 2011 acontece o termo da primeira fase do projecto, que contempla duas fases. A capacidade antes da sua destruição, em 1981, durante o conflito armado, era de 35 Megawatts. Agora haverá um aumento de 50 megawatss na oferta ao parque industrial e doméstico da região, a que se acrescem 50 megawatts produzidos na Central Térmica. A construção da barragem propriamente dita, com as tomadas de água, torres de equilíbrio, as condutas e gerador. As estatísticas oficiais indicam que apenas 32 por cento dos angolanos tem acesso ao bem básico da electricidade.
4 - II Fase do Projecto de Águas de Benguela (PAB) terá grande impacto na estrutura económica e social da região litoral. O projecto tem capacidade para fornecer um metro cúbico de água por segundo. Durante a execução da primeira fase foi reposta a distribuição do precioso líquido em zonas onde antes a população fazia recurso à compra de água em camiões cisterna de particulares.
5 - A produção de sal na província vai aumentar. Das 45 mil toneladas anuais vai passar-se para as 214 mil a partir de 2012, segundo Manuel Rodrigues, presidente da Associação dos Produtores de Sal. A principal zona salineira é a da Baía Farta, a cerca de 25 quilómetros da capital da província, onde existem solos, água e clima favoráveis. Existe um mercado potencial para o sal angolano nos países vizinhos, como a Namíbia, África do Sul e os dois Congos. Quando se registou a rotura de produção Angola importou sal estrangeiro a cerca de 60.
6 - Em termos de reservas fundiárias o trabalho já realizado prevê a construção de 10 mil fogos numa primeira fase, no âmbito da gestão integrada do território e do planeamento do desenvolvimento territorial.
7 - Uma fábrica de cimento e clincker, num projecto privado denominado SLN que visa aumentar a capacidade produtiva nacional está em fase de implantação, com prazo de execução de 44 meses. A fábrica vai proporcionar 240 postos de trabalho, 210 dos quais para pessoal angolano, e está orçada em 430 milhões de dólares.
8 - Ainda no domínio da saúde, o centro Oftalmológico de Benguela, criado em Agosto de 2008, realizou em dois anos 238 mil consultas e 13.500 cirurgias.
9 - O PDIC (Pólo de Desenvolvimento Industrial da Catumbela), localizado entre as cidades de Benguela e do Lobito, ocupa uma área de 800 hectares. O pólo vai garantir 10 mil postos de trabalho.

Fonte: Jornal de Angola

LOBITO: Académica do Lobito intensifica preparação para segundo jogo da Liguilha

sexta-feira, 26 de novembro de 2010 |




Académica do Lobito retomou na manhã desta terça-feira os treinos para o segundo jogo da "Liguilha" contra o Domant Futebol Clube do Bengo, sábado, no estádio do Buraco, na cidade do Lobito.

Em declarações à imprensa depois dos treinos que consistiram em alongamentos, marcação de livres directos e cruzamentos, o técnico da equipa, Agostinho Tramagal, considerou positiva a disposição dos atletas depois de um dia de descanso.

Falando do jogo de sábado, o técnico disse que no seio dos jogadores e dos sócios não existe outro pensamento senão o de ganhar o Domant FC do Bengo, apesar de reconhecer o valor do adversário.

"Trabalhamos todo o ano com afinco e determinação no sentido da Académica regressar à primeira divisão em 2011 e esta vontade permanece no seio de todos", realçou o técnico.

No primeiro jogo da "Liguilha", as duas equipas empataram domingo em Caxito, província do Bengo, a uma bola.
  


 

CUBAL: Recém-nascida abandonada na lixeira

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Uma criança recém-nascida foi encontrada viva na quarta-feira dentro de um saco, na lixeira no Bairro Mutu-Ya-Kevela, no Município do Cubal, 171 quilómetros a sudeste da cidade de Benguela.

A criança do sexo feminino com apenas algumas horas de vida encontra-se em bom estado de saúde e foi encontrada pelos moradores do bairro, junto de uma vala de drenagem.

A responsável da Família e Promoção da Mulher no Cubal, Albertina Chiungue, condenou o acto, tendo apelado às autoridades a encontrarem a culpada por esta acção, com vista a ser encaminhada para a Justiça.

Face à inexistência de um lar de acolhimento de criança, a funcionária da administração municipal local, Conceição Bimbi prontificou-se em ficar com a guarda da criança.

O Comando Municipal da Polícia Nacional do Cubal trabalha já para a descoberta da autora deste crime.

BENGUELA: Segundo maior índice de mortes por acidentes

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O comandante provincial da Polícia Nacional em Benguela, comissário António Maria Sita, afirmou domingo, nesta cidade, que Benguela é a segunda província do país com maior número de mortos por acidentes de viação.
Segundo dados estatísticos, o comando provincial registou de Janeiro a Novembro do ano em curso dois mil e 182 acidente de viação, mais 516 em relação ao ano de 2009, dos quais 373 resultaram em mortes, dois mil e 93 feridos e danos materiais avaliados em 265.275.554 kwanzas.
 De acordo com o comandante, que falava por ocasião do Dia Mundial das Vítimas de Estradas, os acidentes de viação constituem uma das principais causas de morte no país, principalmente em Benguela, tendo considerado importante que cada cidadão faça uma análise de como deve se comportar quando estiver numa via pública ou a conduzir.
Defendeu a necessidade de abordar também sobre os acidentes de viação e não só da prevenção de Sida, poliomielite e outras doenças que hoje fazem parte das epidemias no país.
Avançou que o comando da Polícia em Benguela está a implementar algumas medidas para prevenir o acidente de viação, que passam por priorizar a informação aos utilizadores da via e posteriormente estar devidamente preparada para regular e prevenir utentes das estradas.


Anunciou que, para 2011, o seu comando tem agendado um programa que visa maior colaboração com as escolas e empresas detentoras de meios de locomoção, como autocarros públicos e moto-taxis (vulgos "Kupapatas"), por forma a serem mais rígidos e incentivarem a adquirir uma carta de condução a quem não estiver habilitado para usar a via pública.
"O reforço das medidas de protecção e que o agente de trânsito não facilite, como tem sido até hoje. Há algumas infracções e a nosso ver tem havido  certa passividade", disse o comandante, acrescentando que é um dia especial e deve continuar a reflectir-se e exigir dos cidadãos mais responsabilidades.
Chamou ainda especial atenção aos motoristas sobre o estado das viaturas que conduzem, pedindo que estejam habilitados e em condições morais, respeitando todos os outros que fazem uso da via pública, limites de velocidades e sinais em algumas localidades.
Entretanto, a director provincial da Viação e Trânsito em Benguela, superintendente Albertina Dias, disse que os automobilistas, principalmente os de moto-taxis, devem ter mais prudência na condução e evitar conduzir em estado de embriaguez, para evitar acidentes.
Disse esperar que, para 2011, o número de acidente diminua e que os motoristas conduzam com mais responsabilidade.




Já o representante da Igreja Tocoísta, António Cachicunha, afirmou que a cerimónia traduz a memória daqueles que por vários acidentes morreram, apelando a todos os automobilistas a cumprirem rigorosamente com as regras de trânsito que se evite mais percas de vida no país.
"Toda vida que se perde em acidente é o país e as famílias que vão perdendo. Por isso, apelo a todos os automobilistas e não só em viaturas ou motorizadas mais responsabilidade quando usarem a estrada", expressou.
Membros da Direcção Provincial da Viação e Trânsito, estudantes, entidades religiosas, autoridades tradicionais e directores províncias de empresas públicas e privadas da província reflectiram domingo, num cortejo pelas artérias da cidade, sobre o Dia Mundial das Vítimas de Estradas (21 de Novembro).

O acto, decorrido em homenagem ao terceiro domingo, foi marcado por uma reflexão em memória das vítimas de acidentes de viação e realizou-se na estrada nº 100, com orações dirigida às vítimas.
Houve igualmente exposição fotográfica no largo de África, reprodução de fotografias, distribuição de cartilhas de prevenção rodoviária e uma mesa redonda sobre a sinistralidade rodoviária e caminho a seguir para inverter o quadro.
   
  

CATUMBELA: Mais uma cerâmica que será construída

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Uma cerâmica, com capacidade de produção de 400 mil tijolos por dia, será construída na comuna da Catumbela (província de Benguela), através de um investimento privado das Organizações Kabuscorp do Palanca, avaliado em 35 milhões de dólares norte-americanos.
Segundo o presidente das Organizações Kabuscorp do Palanca, Bento Kangamba, o projecto também inclui a construção, na mesma localidade, de uma unidade hoteleira.
Bento Kangamba disse que a cerimónia de lançamento da primeira pedra para o início das obras da fábrica acontece nos próximos dias, com a presença de diversas personalidades.
Adiantou que na cidade do Luena, capital da província do Muxico, também vai ser edificada uma unidade fabril para a produção de tijolos, para atender as necessidades do sector de construção civil.
Afirmou que os projectos foram concebidos com a pretensão de se contribuir para o processo de desenvolvimento socio-económico do país que se encontra numa etapa de reconstrução e construção de infra-estruturas indispensáveis ao bem-estar da população.
Asseverou que a semelhança dos empresários estrangeiros que investem em Angola, os angolanos também devem se preocupar em fazer alguma coisa útil e que ajude a acelerar o progresso que se pretende.
A comuna da Catumbela, um dos principais pólos industrias da província de Benguela, conta com a cerâmica do Grupo Porto Belo, que aumentou, em 2008, a produção de 500 mil tijolos para 600 mil/mês, desde que há cinco anos iniciou a sua actividade, para atender cada vez mais a procura pelo produto no mercado, face às necessidades de reconstrução do país.
O preço do tijolo na cerâmica Porto Belo, que também se dedica ao fabrico de telhas, mosaicos, varia de 60 a 69 kwanzas, mediante o tipo e o tamanho
Actualmente, além de Benguela, a província do Huambo, Bié e Kwanza Sul constituem o principal mercado de escoamento de tijolos produzidos pela unidade fabril, que conta com pelo menos 100 trabalhadores efectivos e colaboradores.

   
 

BENGUELA: Chineses acusados de assassinar um “Kinguila” (vendedor de moeda)

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Um grupo de cidadãos de nacionalidade chinesa está a ser acusado de ter torturado até à morte um jovem “Kinguila” (vendedor de moeda) de nome Eduardo Chiwila, na tarde da última sexta-feira.
Apurou-se nesta segunda-feira, que no mesmo dia os chineses manifestaram num local de venda ambulante de moeda estrangeira o interesse de comprar cerca de 30 mil dólares norte-americanos.
“ O chinês quando chegou aqui disse que precisava de 30 mil dólares, como nós não tínhamos o valor em questão ligou-se para um colega nosso e esse nosso colega tinha 20 mil dólares e na nossa parada tinha alguém com 6 mil e 700 dólares mais o dinheiro que ele próprio também tinha quase que se aproximava. Daí que quase que se aproximava do valor que os mesmos precisavam e saíram para fazer o negócio. É que o tempo ia passando e nunca mais aparecia”- contou um dos colegas.
O corpo da vítima só foi localizado na tarde de sexta-feira, nas imediações do novo estádio de futebol “ Ombaka”, com as mãos e as pernas amarradas e a boca tapada com fita adesiva, apresentando sinais de tortura como esfaqueamentos.
Perante o acontecido, os jovens que diariamente compram e vendem a moeda norte-americana nas ruas da cidade de Benguela mostram indignados e o sentimento é de revolta.
Os órgãos operativos da polícia já trabalham para o esclarecimento do caso. Segundo o chefe das operações do comando da polícia de Benguela, a corporação mostra-se preocupada com os rumores vindos dos vulgos “ Kinguilas” e da sociedade civil que visam tomar medidas de retaliação junto dos cidadãos chineses.
“Para evitarmos algumas situações que pudessem ocorrer quanto a aspectos de retaliação, apelamos à acalmia, para a polícia chegar a algumas conclusões” – disse o operativo da polícia nacional.
O jovem supostamente morto por cidadãos chineses deixa a viúva grávida e três filhos.

Fonte: Rádio Cultura Angolana

  
 

Negligências dos Kupapatas

segunda-feira, 22 de novembro de 2010 |

Temos encarado situações como estas que é o quotidiano na nossa cidade, a negligência dos kupapatas(motoqueiros, transporte alternatvo em África; Angola_Benguela),  por não respeitarem os sinais de trânsito,  cruzamentos e entroncamentos, entram em embaraços com o perigo  de suas próprias vidas. Caros "Turistas Irmãos visitantes" vindouros de outras localidades, alertamos que é necessário ter cuidado com os nossos Kupapatas, que muitos deles vêem do interior, para o seu ganha pão.
 (Acidente Registado dia 17 de Outubro de 2010)

 Desta Vez o dono da moto não está por baixo da viatura....

Há momentos que pessoas inocentes sobem nas motas e acabam por cair em drásticas situações. (senhoras com  “quibutos”, pessoas grávidas, senhoras com bebés, excesso de carga como se moto fosse uma mula)   


"Kupapatas" um transporte alternativo em África.... 



Jovem Autropelado por um negligente KUpapata... ( estrada do Catengue via Benguela Cubal)



 Aconteceu no dia 21 de 11 de 2010,  Sr.  "Kupapata" entra Fora de mão e espacam-se logo com
carrinha Mitsubishi Canter...




História da Província de Benguela [Parte III]

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HISTÓRIA DO LOBITO

Esta é uma cidade jovem. As notícias mais remotas sobre a fixação dos primeiros habitantes datam de meados do século passado. Em 1843 fez-se uma tentativa de transferência da cidade de Benguela para o local onde hoje se situa o Lobito por se considerar que a insalubridade daquela povoação prejudicava a permanência de europeus. A tentativa falhou e o pequeno lugarejo do Lobito continuou por muito tempo sob a esfera da influência de Benguela e da vizinha vila da Catumbela. Entretanto a Catumbela foi aumentando consideravelmente e em fins do século passado transformou-se num grande centro comercial do sul de Angola. O Lobito manteve-se na órbita da Catumbela até que em 1913, pela portaria nº 1005 de 2 de Setembro, o grande Governador que foi Norton de Matos criou a Câmara Municipal do Lobito que passou por sua vez a englobar na sua área de influência a Vila da Catumbela. ("in Roteiro do Lobito 1971").
A verdadeira edificação do Lobito começou com a construção do Caminho-de-Ferro de Benguela e do Porto. Em 1905 foram lançadas as bases do porto e até ao final desse mesmo ano atracaram 39 navios. Em 1913 foi constituída a Câmara Municipal do Lobito, e foi praticamente nesse ano que se fundou a cidade do Lobito. Nessa altura o C.F.B. avançava para o interior do país e o Porto ia ganhando gradualmente o estatuto de Porto comercial. Quando o C.F.B. foi ligado às linhas férreas do Zaíre, Moçambique, Zimbabwe e África do Sul, o Porto do Lobito assumiu a importância de Porto principal e único na Costa Ocidental da África Austral. A importância acrescida do C.F.B. e do Porto do Lobito, estimulou poderosamente a construção habitacional e as obras públicas, por isso diz-se que o Lobito nasceu por imperativos meramente económicos.
  • Em 1913 iniciou-se a construção do Bairro da Restinga, sobre a penísula, e aí foram construídas as residências dos sectores mais ricos da população; o palácio do Governador; a Câmara Municipal; o Tribunal, etc.
  • Em 1917 iniciou-se a construção do Bairro Comercial onde se concentram as instalações comerciais, locais públicos, serviços e residências.
  • De 1940 a 1955 foram construídos os Bairros do Compão, da Luz e outros, destinados aos trabalhadores.
  • De 1955 a 1975 o Lobito conheceu uma fase do impetuoso desenvolvimento e expansão.
  • Após 1975 - Ano da Independência - começou um novo período no desenvolvimento, caracterizado pelo aparecimento de formações habitacionais de barro, sem qualquer urbanização, de populações refugiadas do interior pela insegurança da guerra. (" in Administração Municipal do Lobito 2000").
O desenvolvimento da cidade do Lobito, inteiramente dependente das obras de construção do Caminho de Ferro de Benguela e do Porte, acompanhou muito lentamente as respectivas instalações. Por volta de 17 de Novembro de 1948, Lobito tornou-se cidade. Nessa altura foi também aprovado o seu plano de urbanização. E em 1949, publicada portaria que estabeleceu os preceitos legais para a legalização das construções clandestinas.
A Restinga do Lobito foi então urbanizada. passando a ser a zona residencial mais nobre e o principal ponto de encontro nos momentos de lazer.
Por decreto de 28 de Novembro de 1902, o então grande estadista e presidente do concelho, Teixeira de Sousa, outorgava em nome do governo português com sir Robert Williams, o contrato de concessão da construção e exploração por 99 anos de um caminho-de-ferro que ligaria o Lobito com o planalto de Benguela e seguindo, no sentido leste, atingiria a fronteira luso-belga.
Ao iniciar-se em 1 de Março de 1903 os trabalhos de construção daquele caminho-de-ferro, iniciava-se também a brilhante história do porto do Lobito e simultaneamente nasciam as raízes da sua importante cidade.
A excelente baía que abriga o porto do Lobito, mede aproximadamente 5 km de comprimento, 600 m de entrada, 1,5 km na parte mais larga, registando fundos entre 15 e 36 m e sendo 1,9 m a maior amplitude de maré. A sua área excede 300.000 m2.
A primeira fase das obras do porto foi terminada em 31 de Janeiro de 1928, tendo havido posteriormente necessidade de prolongar o cais, o que aconteceu em 1957, passando assim o Lobito a dispôr de 1.122 m em dois cais acostaveíes dispostos em L.
Foi construído um estaleiro naval de apoio, que hoje tem a designação de Lobinave e é o maior de Angola. O Lobito dispõe de dois bons hotéis.
As escolas do ensino médio e pré-universitário estão concentradas nas cidades do Lobito e Benguela.
Nos Municípios da Baia Farta, Cubal e Ganda são ministradas aulas dos cursos pré universitário em instalações improvisadas.
Anualmente mais de 1500 alunos terminam o ensino regular nos municípios acima referenciados sem possibilidades de acesso ao ensino médio.
A Província tem em funcionamento o CUE - Centro Universitário de Benguela, e existe desde 1994, ministrando 5 cursos do ramo das ciências de educação: Pedagogia, Psicologia, História, Matemática e Língua Francesa, com um universo de 840 alunos.
Se faz necessário Laboratórios, cursos de Física, Química e Biologia, cursos de Inglês e Português.
O CUB conta com um núcleo do Curso de Direito.
A diversidade e dimensão das infra estruturas do Sector produtivo local, com destaque para o Porto do Lobito, o CFB, a LOBINAVE, a SONAMET, o TOL - SONANGOL, e as demais indústrias no geral levaram ao surgimento do PRODESB - Programa de Desenvolvimento do Ensino Superior em Benguela que visa em primeiro lugar fortalecer e ampliar o domínio dos cursos ministrados actualmente no CUE, e em, segundo lugar dinamizar o surgimento de cursos superiores no domínio das Engenharias, Economia, Gestão, Direito, Medicina e Reabilitação Física.
No quadro do PRODESB decorre desde Junho do corrente ano acções de formação de preparação para o ingresso nos cursos superiores de Economia, Gestão, Engenharia Informática e Ensino Especial/Reabilitação Física.
Saúde conta com o Hospital Central de Benguela com mais de 100 anos de existência, e o hospital Regional do Lobito, em reabilitação no âmbito do PIPI/02. No domínio da formação existe um IMS a funcionar em Benguela nas instalações do H.C.B. e uma Escola de formação Básica para enfermeiros no Lobito. O sector controla 11 hospitais, com 1.423 camas, 21 centros de saúde e 124 postos de saúde, dos quais 2 de ONGs. Exitem ainda 37 postos de saúde controlados pelas igrejas e 136 Unidades privadas. A cobertura médico-sanitária é de 1 médico / 66.467 habitantes.




COMUNAS DE BENGUELA
  1. Alda Lara,
  2. Asfalto,
  3. Babaera, 
  4. Benfica,  
  5. Biópio,
  6. Candumbo,
  7. Catumbela,
  8. Chigongo,
  9. Chikuma,
  10. Chila,
  11. Chindumbo,  
  12. Compão,
  13. Cote,  
  14. Cubal do Lumbo,
  15. Dombe Grande,
  16. Canata,
  17. Catumbela,
  18. Egito,
  19. Monte Belo,
  20. Passe,
  21. Catengue,
  22. Cupupa,
  23. Imbala,
  24. Quendo,
  25. Capupa,
  26. Bolongueira,
  27. Babaera,
  28. Kasseque,
  29. Chicurnu,
  30. Ebanga

História da Província de Benguela [Parte II]

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A VILA DA CATUMBELA
Do soba chamado Quitumbela, derivou o nome do sítio. A água era boa e o clima bastante melhor que o de Benguela, razões que levaram o restaurador de Angola, em 1650, a querer para ali mudar a capital do presídio de Benguela. O grande negócio da Catumbela começou por ser o comércio com o interior, principalmente depois da abertura do caminho para o Bailundo e Bié. O comércio da borracha de segunda, desabrochado a partir de 1888, serviria de impulso a um crescimento febril. Foi um verdadeiro delírio da borracha tudo nadava no género elástico, o dinheiro corria abundante e todo mundo queria ser permutador. As mais importantes casas comerciais estabelecem escritórios em Lisboa, constituem-se muitas sociedades...

Com semelhante evolução, transtornadora, as ligações entre Catumbela e Benguela, servidas por uma estrada dotada de excelentes obras de arte, careciam dum sistema moderno de transporte mais rápido do que o carro de bois e as barcas à vela que percorriam a costa. Daqui nasceu a idéia de uma linha férrea. As duas penúltimas décadas do século XIX podem considerar-se o período do apogeu da Catumbela, servido por factores geográficos especiais, que se relacionavam com a vida comercial com as populações locais. A Catumbela, vila famosa e bonita, é hoje uma terra estacionária. O presente e o futuro, portanto, reatam-lhe as tradições agrícolas que a impuseram, no passado, à atenção dos conquistadores do reino de Benguela que a celebrizaram, como fonte preciosa da abundância, em horas amargas de privações alimentares.
A pitoresca e importante vila comercial e agrícola da Catumbela, sede do Conselho do mesmo nome fica situada na margem direita do rio Catumbela do qual tirou o nome que até hoje conserva, estando localizada a 12º 24' latitude sul e 13º 35' longitude Leste.
Esta distancia-se da baía do Lobito a cerca de 12 Quilómetros.
A vila no passado ficava ao fundo da bacia da Catumbela, no lugar onde o rio se desprende da garganta em que vem correndo apertado, encravada entre o rio que corre a um lado, e os morros por onde desce o "gentio" e os pântanos que ficam na base dos morros, do outro lado.
A vila da Catumbela, foi fundada em 1836, por decreto de D. Maria II, rainha de Portugal.
O nome primitivo com que foi fundada foi de Asseiceira, em comemoração da batalha ganha em Portugal. O nome Catumbela dado mais tarde e até hoje mantém o mesmo nome.
Com o nome de Asseiceira, foi fundada na margem esquerda do rio. Antes desta fundação já existiam indígenas na margem direita do rio.
Estas populações indígenas ocupavam-se com a agricultura, cultivando o milho, feijão, abóbora, batata-doce, cana sacarina, e outros produtos agrícolas e também a criação de gado.
Na margem esquerda, a primitiva população era de Mundombes, que se dedicavam à criação de gado e também à agricultura.
No período da seca, aproveitavam a lagoa do Negrão e os pântanos dos morros da margem direita, para a plantação da batata-doce. Quando estes pântanos se abarrotavam de água, consequência das chuvas abundantes, aproveitavam para nele pescar o peixe aí abundante.
Reza a tradição indígena que o 1º soba e fundador da antiga Catumbela indígena da margem direita foi uma mulher. Nesse período a população indígena correspondia a um elevado número de habitantes, que aos poucos eram dizimados por terríveis doenças como: doença do sono, vinda da Hanha, pela tuberculose e epidemias de varíola, que em 1864 causaram muitas mortes.
O período de 1836 a 1846, foi a 1ª fase da crescente população, o número de habitantes era pequeno, e dedicavam-se ao comércio com a própria gente da terra, que se estendia por ambas as margens do rio. Ainda havia o negócio do chamado "gentio" do interior.
Apenas sob a protecção de um simples chefe, os comerciantes estavam sujeitos a ataques e insultos do "gentio" de Seles, de Cunhula e de Quissange.
Para acudir as populações vítimas desses ataques, o Governador Geral da Província, Pedro Alexandrino da Cunha ordenou, que o "gentio" fosse submetido pelas armas, o que levou a efeito por volta de 1846.
Organizou-se uma expedição composta pelas tripulações dos Brigues Mondego e Tâmega, e da Corveta Relâmpago, comandada pelo chefe Gonçalves Cardoso, que submeteu o "gentio".
Lá mais para os fins desse mesmo ano (1846) foi construída a actual fortaleza da Catumbela (Reducto de S. Pedro), à custa dos habitantes de Benguela sendo hoje um documento histórico.
Um aumento gradual da população sentiu-se no período de 1846 a 1856.
Neste período aparecem os primeiros e intrépidos sertanejos: Silva Porto, Guilherme Gonçalves, Rosquete e outros. Foi porém Silva Porto o 1º Sertanejo europeu que se estabeleceu no Bié, vindo do interior de Luanda, este último que abriu o caminho do Bailundo e Bié para a Catumbela, passando por Quissange.
Antes da abertura com caminho, o "gentio" do Bailundo e Bié não vinha à Catumbela, para aí só iam as comitivas com negócio para Benguela que se aventuravam pelo caminho da Chiaca. Mas o caminho da Chiaca e Ganda era mau, pois essas comitivas eram constantemente assaltadas, roubadas e muitas vezes eram alvos de atrocidades por parte dos assaltantes da região.
Antes destes comerciantes do Bailundo e Bié, chegavam comerciantes das regiões de Quizela, Seles, Cacula e Hanha, que traziam azeite de palma (óleo de palma), urzela, goma, coconote, couros, etc.
Mas havia uma certa insegurança, devido aos assaltos dos Seles e Quissangistas.
No período compreendido entre 1856 e 1864, sob a influência dos Bienos e Bailundos, dá-se a mudança da povoação da margem esquerda para a margem direita. Esses povos traziam os seus produtos, onde uma parte ficava na Catumbela e outra ia para Benguela. A margem direita teve de inicio apenas 6 casas, todas cobertas de capim.
Nesse período começaram a aparecer as primeiras fazendas: S. Pedro, Fazenda Maravilha do Cassequel, Fazenda do Lembeti, todas tendo iniciado a sua actividade com o cultivo do algodão e depois de cana sacarina para fabrico de aguardente.
De 1864 a 1874, iniciou-se (por volta de 1865), com um elevado desenvolvimento, prosperidade e riqueza. As habitações que haviam sido arrasadas pelas inundações de 1964, foram reconstruídas, apesar de ainda estarem cobertas de capim. Neste período aumenta-se a construção de casas.
Até fins deste período os embarques de mercadorias eram feitos por transportes às costas de carregadores, sendo as gamelas de cera transportadas por 4 pessoas, a pau e a corda de Catumbela para a praia, onde então os produtos eram carregados em embarcações a vela que seguiam para Benguela e faziam o transbordo para os paquetes.
A indústria apenas consistia em fornos para fabrico de telhas e tijolos. A agricultura atinge o seu apogeu nesse período.
Também as fazendas produtoras de algodão nessa fase passaram a cultivar cana sacarina para o fabrico da aguardente.
De 1874 a 1886, enquanto a tendência era para a diminuição da população rural, é neste período que aumenta a população urbana.
A partir de 1874, começa a decadência gradual do coconote, ursela, goma e couros secos. Dominam nessa altura outros produtos como o marfim, a cera e a borracha de primeira qualidade, sendo a borracha o produto mais procurado entre as permutas e exportações.
A borracha abre novos horizontes, aviva a cobiça, chama a concorrência e estabelecem-se as rivalidades e os jogos.
O transporte dos produtos da Catumbela para a praia, a partir dessa altura era feito através de carros.
A indústria continuou na mesma, acrescendo apenas a fabrica de cal. Também tentaram fabricar pólvora e sabão, mas foi abandonada essa área por falta de resultados.
Com o comércio da borracha, a Catumbela começa a ser digna rival de Benguela e aumentou a população flutuante, representada pelo "gentio" que trazia o negócio. Também já havia carros para levar os produtos para Benguela.
Em 3 de Janeiro de 1884 é aberta ao serviço público a comunicação telegráfica entre Benguela e Catumbela e estabelecido o serviço telefónico entre os mesmos conselhos.
De 1886 a 1900 foi uma fase que representou para a Catumbela, um desenvolvimento económico, político e social.
O económico, deve-se ao aparecimento da borracha em 1886. O político e social é devido a inúmeras construções de casas, melhoramentos públicos, estabelecimento de escolas régias, estradas, pontes, saneamento da região, estabelecimento de farmácias, etc, etc.
Neste período os preços da borracha, marfim e cera, sobem.
A indústria limita-se às oficinas de cantaria e fornos de cal. Começam a fabricar telhas de Marselha e pelo mosaico em ladrilho, que se importa da Europa.
De pé apenas fica a cal, da qual tudo o resto se começa a importar.
Fizeram-se alguns melhoramentos: foi terminada a construção da estrada que ligava Benguela a Catumbela que havia iniciado em 1883 e concluída em 1889.
Em 1889, é construído o actual cemitério, por José Lourenço Ferreira e de 1890 a 1892 é construído por ele o edifício da câmara onde ficaram instaladas as escolas régias e a igreja. Entre 1894 a 1895 foi construído o paiol da Catumbela.
De 1900 a 1908 viveu-se um período que foi conhecido como o período da decadência económica.
Houve entre 1900 e 1901, uma grande pressão no comércio da borracha.
O "gentio" como estava habituado a ser tão bem pago, não compreendeu que a borracha, produto tão rico, pudesse perder seu valor e sofresse oscilações de preços. Assim a borracha deixou de chegar a Catumbela e Benguela, passando a ser desviada para o Congo Belga.
O marfim neste período desapareceu. A cera e os couros secos, tinham pouco valor, logo eram pouco procurados.
Além desses problemas, a Catumbela sofreu alguns melhoramentos: o estabelecimento de dois hotéis importantes, o Oriental e o Internacional.
A PRIMEIRA PONTE SOBRE O RIO CATUMBELA FOI A PONTE COM O NOME DE “GOMES COELHO” (CAPITÃO – TENENTE GUILHERME GOMES COELHO, GOVERNADOR GERAL E IRMÃO DO ESCRITOR JÚLIO DINIZ), INAUGURADA EM 16 DE OUTUBRO DE 1887 E QUE NO ANO DE 1903 RUIU DEVIDO À CORROSÃO DOS SEUS PILARES. QUANDO COMEÇA A FUNCIONAR O CAMINHO DE FERRO DE BENGUELA (CFB) NO ANO DE 1903 A ESTAÇÃO DA CATUMBELA FICAVA NA MARGEM ESQUERDA DO RIO CATUMBELA JUNTO A ESTA PONTE E ONDE ERAM OS PORTÕES DE ENTRADA DA S.A.C. (SOCIEDADE AGRÍCOLA DO CASSEQUEL CASSEQUEL) E QUE DAVA ACESSO AO AÇÚDE QUE ABASTECIA AS VALAS DE IRRIGAÇÃO PARA OS CANAVIAIS.

NOTA: Os pilares da referida ponte foram feitos na oficina de cantaria de José Lourenço Ferreira (o “Cambambe”), o maior construtor da sua época. Os trabalhos da construção da ponte foram dirigidos pelo Encarregado de Obras da Câmara, Álvaro de Sousa e Castro.

EM 21 DE MARÇO DE 1905 É INAUGURADA PELO GOVERNADOR – GERAL, CONSELHEIRO ANTÓNIO RAMADA CURTO E JUNTO AO FORTE OU “REDUCTO DE S. PEDRO”, A SEGUNDA PONTE EM ESTRUTURA METÁLICA, COM O NOME DE “D. LUIS FILIPE” ,CONSTRUIDA PELA FIRMA “Bridge & Roof Coy Ltd”, DE GLASGOW. ESTA PONTE TINHA A FINALIDADE DE SE FAZER O ATRAVESSAMENTO DO RIO CATUMBELA, FAZENDO O ESCOAMENTO DO TRÁFEGO FERROVIÁRIO E RODOVIÁRIO ENTRE O LOBITO E BENGUELA.
Segundo informações da época, diziam ser a primeira ponte de África e a primeira obra de arte do Caminho de Ferro.
A construção do Caminho de Ferro de Benguela em 1904, foi um dos mais importantes melhoramentos deste período, trazendo a comunicação rápida entre Lobito, Catumbela e Benguela.
Em 1904, o Governador Geral de Angola, o Conselheiro Eduardo da Costa, concedeu plena autonomia à câmara da Catumbela, que até então funcionou sempre ligada a Benguela.
Por decreto de 5 de Junho de 1905, a povoação da Catumbela foi elevada à categoria de vila.
É organizado, por meio de uma comissão, o serviço de fiscalização do imposto do álcool e aguardentes.
Organiza-se também a junta do Concelho de Instrução Pública.
Em 1905 é fundada a Associação Beneficente dos Empregados do Comércio que foi a primeira associação que existiu no descrito que mais tarde, devido a problemas internos sofreu uma dissidência entre os sócios, tendo originado o abandono por parte de alguns que fundarão posteriormente o "Grémio Pro Pátria".
Em 1903, funda-se na Catumbela, uma loja maçónica.
Iniciou-se ainda a construção de uma igreja, de pedra e cal em frente da estrada da Rua Ferreira do Amaral.
Para evitar a falta de higiene na vila, (causadora de grande parte das doenças), a câmara mandou construir um bairro na "Bitula Nova" para acomodar o "gentio" e os carregadores enviados pelos negociantes do interior, que vinham fazer o seu negócio à Catumbela.
Para concluir, podemos dizer que, durante o período compreendido entre 1896 até 1908, a então vila da Catumbela, foi uma zona essencialmente comercial.
Parte da informação aqui descrita foi recolhida de uma Monografia da Catumbela, de 1 de Maio de 1909.
Nota: Esta descrição foi recolhida do site (
http://www.benguela.net/benguela/catumbela.asp), sendo que não é referenciado o autor da Monografia.
Em relação ao texto original, apenas faço referência à construção das pontes até à data em que esta monografia (1909) foi elaborada, que no texto se encontram em letra maiúscula.

História da Província de Benguela [Parte I]

domingo, 21 de novembro de 2010 |

BENGUELA - DESCRIÇÃO GERAL

          
Benguela é uma Província, com sede na cidade de Benguela. Ocupa uma área de 39 826 km² e tem cerca 2 000 000 habitantes. É constituída pelos seguintes municípios:
  1. Benguela,
  2. Lobito,
  3. Bocoio,
  4. Balombo,
  5. Ganda,
  6. Cubal,
  7. Caimbambo,
  8. Baía-Farta,
  9. Chongoroi. 

Superfície
39.826,83 Km2, uma complexa combinação de planaltos escalonados, cortados por vales e rios, completados com depósitos diferentes pela sua potencialidade e composição. Característicos são os vales de rios secos, que acumulam as águas no período das chuvas, bem como as colinas monolíticas isoladas. Esta parcela territorial é drenada por alguns cursos de água que confinam em quatro bacias hidrográficas - do Cubal, da Handa, da Catumbela e do Coporolo, de definem vales importantes na faixa litoral da província (Canjala, Hanha, Catumbela, Cavaco e Dombe Grande). Vegetação é dominada por formações de estepe na zona ocidental e formações de florestas abertas (mata de panda) e savana mediamente arborizada, nas zonas mais interior da província.
População
2.000.000 habitantes, densidade:50hab/km². Estima-se que 70% da população está actualmente concentrada no litoral.
A província conta com o surgimento de Associações e cooperativas como a Caixa Mutualista dos Funcionários Públicos e a LARBEN, (Cooperativa Habitacional Social da Província de Benguela) que vêm dar um sinal para o impulso na resolução de problemas habitacionais, sobretudo de residências económicas.
Clima
Ao sul tem um clima Tropical semi-desértico enquanto que a norte da província se verifica um clima tropical húmido. "Mesotérmico" na faixa interior subplanalítica, com regime hídrico do tipo moderadamente chuvoso. Temperatura máxima 35,0º, a média 24,2º e a mínima 10,4º; humidade relativa 79% e, preciptação média anual 268mm. Solo de fertilidade variável, algumas reservas minerais disponíveis ao longo do litoral que vai diminuindo a medida que se caminha para o interior, principalmente aproximando-se das regiões planalíticas.



Construção  
 A actividade continua a ser marcada pela reduzida oferta de obras nos últimos 3 anos. Fruto da disponibilização de recursos nos programas Bónus de petróleo, FAS, PAR, PDHI, PRC, e outros, permitiu gradualmente assistir-se a uma relativa melhoria dos níveis de prestação de algumas empresas o que concorre para o aumento da sua capacidade de prestação de serviços, assim como, de novas empresas tanto no ramo de construção como de estudos, projectos e fiscalização de obras públicas.
A província conta com mais de 8 dezenas de empresas na vertente construção civil e obras públicas e 1 dezena na vertente estudos,projectos e fiscalização.
Transporte
A principal económica da Província reside na existência do Porto do Lobito e na linha de Caminhos de Ferro de Benguela (CFB). A revitalização destas 2 unidades económicas criará efeitos multiplicadores não só na Província, mas em toda a região Centro e Leste servidas pelo CFB e pelo Porto Marítimo.
Os serviços de transportes de passageiros e mercadorias, feito por operadores públicos e privados, é deficiente devido ao mau estado de conservação da frota e falta de capacidade financeira para a sua renovação. Contudo, e com o advento da paz a circulação de pessoas e bens já se faz com a devida segurança.

Comércio
O comércio na Província beneficia da localização do porto marítimo na cidade do Lobito, com influência no comércio do interior do país, situação de privilégio por estar a beira do ponto do eixo que liga o sul e outros pontos do país, e ainda a principal entrada de mercadorias do sul.
A actividade comercial está caracterizada pelo comércio formal e o informal, que é desenvolvido com alguma regularidade nos municípios do litoral, nomeadamente Lobito, Benguela e Baia Farta.
Os agentes comerciais estão descapitalizados, factor este que não permite o relançamento desta actividade ao nível dos Municípios, Com unas e Vilas do interior da província.

Sistema Financeiro/Bancário e Seguros
Os serviços bancários marcam já alguma presença e estão concentrados nas localidades do litoral 15 balcões.
A Província tem representações dos seguintes bancos:
 1 Banco Nacional de Angola;
 6 balcões do Banco de Poupança e Crédito, dos quais 4 são balcões normais e 2 da rede azul;
 2 balcões do Banco de Comércio e Indústria;
 2 balcões do Banco de Fomento e Exterior;
 2 balcões do Banco Totta & Açores;
 2 balcões do Banco Africano de Investimento - BAI.
Obs. Carece fontes

O Fundo de Desenvolvimento Económico e Social - FDES, tem financiado projectos de apoio aos sectores das pescas, agricultura, industria e transportes e construção civil. Actualmente financia 29 (vinte e nove) projectos no valor de cerca de 7,5 milhões de dólares.
A Actividade seguradora é garantida por 2 delegações da ENSA, sendo uma em Benguela e outra no Lobito.


MEDIDAS, ACÇÕES E EMPREENDIMENTOS
 Sendo de considerar uma execução normal do presente programa para o biénio 2003/2004, o mesmo contribuirá totalmente para a concretização dos objectivos preconizados e estratégia definida, já que serão melhorados os serviços: educação, saúde, assistência social e proteção aos grupos vulneráveis (crianças, idosos, diminuídos físicos, antigos combatentes); abastecimento de água potável, fornecimento de energia, reparação de ruas, jardins, passeios e locais de recreio, limpeza e saneamento do meio; dos resgistos, notários, identificação civil e criminal e repartições físcais; de prestação e atendimento ao público em geral com a melhoria das condições de trabalho de todas as direcções e serviços de apoio, e; apoiar a campanha agrícola.
Distâncias em km a partir de Benguela: Luanda 692 - Sumbe 208 - Lobito 33;
 Indicativo telefónico: 27.

Turismo  
São famosas as praias de Benguela: Na cidade do mesmo nome temos a Praia Morena, Baía Azul e Caotinha, e no Lobito a praia da Restinga.
Pode-se ainda assinalar lugares históricos dignos de visita como Fortaleza de S. Sebastião no Egipto Praia, o forte de S. Pedro na Catumbela.
Centro piscatório situado no município da Baía-Farta é igualmente uma fonte de receitas para o estado angolano, que se alimenta com a produção piscatória (peixe fresco e seco) e ainda o produto transformado como a farinha de peixe.
Existem controlados 17 agentes promotores de espetáculos e um total de 250 áreas recreativas, assim distribuídas: 9 boites, 50 discotecas - dancing, 24 centros recreativos, 3 salas de jogos, 113 clubes de vídeo e 24 audições musicais. A província possui 10 bibliotecas, congregando 23.511 obras. O número de artesões por tipo de matéria prima trabalha ronda a volta dos 528. Estão inventariados 16 e classificadas um total de 30 monumentos, sítios e zonas históricas.
Conta com 5.346 km de estradas, a ligação com as províncias limítrofes é feita de estradas asfaltadas, excepto com a do Namibe no troço Dombe Grande - Lucira, em estrada terraplanada. Ao nível do Municípios do interior, cerca de 132 pontes e 1.383 Km de estradas secundárias e terciárias esperam reparações.
Caminho de Ferro constitui para a Província, e não só, elemento catapultador fundamental para economia. Em restauração o caminho de ferro no troço Lobito-Cubal e têm obedecido um curso normal. A principal base económica da província reside na existência do Porto do Lobito e na linha Caminhos de Ferro de Benguela (CFB). A revitalização destas 2 unidades económicas criará efeitos multiplicadores não só na Província, mas em toda a região Centro Leste servidas pelo CFB e pelo Porto Marítimo. Todos os municípios contam com aeródromos, mesmo em fase de reabilitação.
Portos e Aeroportos
O Porto do Lobito conta hoje com equipamentos e infra-estrutura modernas e preparado para o tráfego que se avizinha, a província conta com 3 aeroportos principais, em Benguela, Catumbela e Lobito, com maior destaque para o da Catumbela concebido para receber aeronaves de grande porte.
Os programas de reabilitações destinam-se mais urgentemente a: da central hidrelétrica do Lumaum 65 MW, do Biopio 14 MW (em curso), aquisição de duas turbinas a gás de 25 MW cada, para instalação na Quileva, linhas de transporte, e reabilitação da linha de média, baixa tensão e iluminação Pública. Também domínio das águas no litoral, estruturas de captação, armazenamento e tratamento de água.
Correios e Telégrafos têm-se a ANGOLA TELECOM, confinados na faixa litoral nomeadamente em Benguela, Lobito, Catumbela e Baia Farta. Para o interior as comunicações são asseguradas pelos serviços de tele-cominicações administrativas da INATEL, por via Rádio.
Os transportes colectivos urbanos nas cidades de Benguela, lobito e Baia Farta são assegurados por empresas privadas, detentoras de frotas não superiores de 5 autocarros cada, e a maior parte é assegurada por viaturas do tipo Toyota Hiace. As ligações inter-municipal e inter-provincial são garantidas por operadoras distintas.


História-Cultura
Podemos afirmar que a população maioritária desta província se reparte pelos grupos Ovimbundu, e em grupos menores pelos pastores do grande Grupo Herero, os Mundombe. Estes ocupam sobretudo as terras ao sul do rio Kuporolo, sendo na localidade de Dombe Grande onde hoje, podemos encontrar os representantes deste grupo. A sua vocação pastoril é também testemunhada nas pastagens que ainda hoje alimentam a produção de Bonivicultura de carne nesta Província.
As duas cidades principais, são Benguela e Lobito. Esta última cidade assume uma importância capital no desenvolvimento da província, pois é servido por porto de grande calado, o Porto do Lobito. Trata-se de um empreendimento de grande valia pelas possibilidades económicas que oferece, como a ligação que se estabelece nesta região do continente, e com o resto do mundo, ou ainda o Caminho de ferro de Benguela através do qual se intercâmbiam as mercadorias do interior com o litoral e contribuem igualmente na optmização das relações interegionais. Através desta rede de transporte a República da Zambia e a República Democrática do Congo podem mais facilmente escoar os seus minérios (cobre) até ao porto do Lobito, de onde partem para os mercados internacionais.
Entre as duas cidades encontramos a histórica vila da Catumbela, que é banhada por um rio do mesmo nome. Nesta localidade podem-se apreciar locais históricos como sinal da resistência das populações autóctones nos tempos da ocupação portuguesa.
Catumbela seria uma das localidades a ser inicialmente visitada pelos viajantes portugueses que se batiam nos mares para atingir as Índias.
Na Baía das Vacas, começaram, por volta de 1601, os primeiros desembarques de portugueses, atraídos por uma aparente riqueza pecuária. Pouco depois, Manuel Cerveira Pereira motivado peias lendas de riquíssimas minas de prata e cobre da região, funda S. Filipe de Benguela que passaria a ser a base de penetração para o interior.
Foi péssima a localização de S. Filipe, cercada de pântanos, era fatal para grande parte da população, que sucumbia das piores moléstias.
Ruindo estrondosamente, o s0nho das minas de prata de Cambambe, o cobre de Benguela tomou-lhe o lugar, nas mentes exaltadas dos pesquisadores das grandes riquezas do subsolo. A qualidade do cobre, no entanto, não era a melhor, passando o grande negócio a ser a permuta de géneros com as populações do interior.
A conquista do então Reino de Benguela, a fundação da cidade e a sua evolução pelos sécuios XVII, XVIII e XIX, foi do mais atribulado. O mau clima, as más condições económicas e outros defeitos cincunstânciais para isso contribuíram, assim como o ambiente da sua fundação e primeiros anos de vida.
Nos fins do século XIX e princípios do século XX, pode-se mesmo afirmar que a situação se firmou estacionária. Eis porém, que a colonização iniciada em Benguela, rumo ao interior, para o sul e principalmente leste, começou a surtir efeitos. As caravanas de intercâmbio comercial, movidas pelas permutas de géneros coloniais com interesse para o exterior com artigos vindos da Europa (tecidos. vinhos e miudezas) começou a fazer sentir os seus efeitos. O pouco peixe seco que se produzia e o sal muito contribuíram para isso também, permitindo a permuta com produtos do planalto: cereais, cera, borracha e marfim (ao princípio), rícino, mandioca, gado e sisal, Benguela começou a ser considerada como o porto comercial mais importante a seguir a Luanda; era o ponto de partida e chegada das caravanas de permuta.
Mombaka (na designação dos nativos significava Benguela) era símbolo de prosperidade comercial e a meca dos negociantes.

Nova vida começa e à sombra deste clima vão surgindo povoações, vilas, cidades, intermediárias e centros de produção de géneros do interior: a finalidade era Benguela,e de Benguela saíam a maior parte dos colonos que em direcção ao Leste iam fundando cidades. 
Começa a ser conhecido o mito de Benguela Cidade, Mãe de Cidades; nasceu Catengue, Ganda, Cubal, Quinjenje, Cuma, Longonjo, Lépi, Caála. Depois o Huambo transformou-se graças ao sonho imortal de Norton de Matos na cidade de Nova Lisboa; mais para o interior e sempre para Leste, Bela Vista, Chinguar e Silva Porto (Cuíto). À volta de cada uma destas localidades, outras se vão formando. Um dos mais valiosos contri- butos dados a esta penetração foi sem dúvida essa obra de valor internacional. implantada carril após carril, por milhares de quilómetros, descobrindo novos caminhos, melhores regiões para um povoamento de fixação mais eficaz, essa obra que é o Caminho-de-Ferro de Benguela.
Pela necessidade que se começou a fazer sentir de um porto e pelas condições formidáveis que se encontraram na antiga Catumbela das Ostras do tempo de Manuel Cerveira Pereira, nasceu o Lobito. A criação deste porto e desta cidade, veio confirmar a importância do fenómeno da colonização feita a partir de Benguela, numa extensão de cerca de 1300 Km, do litoral à fronteira. Mas a crise em Benguela, quando o comércio com o nativo começou a ficar disperso, causticou.
A situação económica piorou a seguir à derrocada da cotação internacional do sisal, produzido nos arredores, a seguir à última guerra mundial. A praça de Benguela trabalhava em grande escala com o sisal das regiões vizinhas do interior e grande parte dos seus capitais se perderam com essa descida de cotação. Foi então que Os restos mortais desses capitais correram a dirigir-se para outro rumo: a pesca. A costa de Benguela era um manancial autêntico; os barcos vinham carregados de peixe e o peixe era dinheiro certo. Começou a correr o dinheiro em abundância, chegavam os trabalhadores do mar de Portugal que aqui se fixavam, iniciou enfim o reinado das pescarias. Dos lucros se começaram a fazer casas e mais casas, prédios pequenos e grandes, abatendo-se aos poucos as velhas construções de adobe. Em 1948 o plano de urbanização de Benguela entrou em vigor. Deve-se à indústria piscatória o ressurgimento, embora que tardio, de Benguela, num salto para o progresso nunca antes igualado.
As demonstrações de carácter cultural e social têm sido relevantes através dos tempos. Benguela foi a pioneira do jornalismo em Angola e berço de atletas e equipas que fizeram história no desporto angolano. Nos arredores de Benguela situa-se um conjunto de praias, das mais interessantes. Caóta e Caotinha, Baía Azul e Baía Farta são os seus nomes e em todas elas a pesca desportiva e a caça submarina encontram condições ideais.
Na Baía Azul encontra-se infra-estrutura turística e na cidade de Benguela, o Mombaka lidera a hotelaria.